O surto da COVID-19 aproveitou as tecnologias digitais numa variedade de contextos. A telemedicina foi uma dessas áreas, com décadas de tentativas de mudanças a serem implementadas em semanas. Os benefícios obtidos sugerem que está aqui para ficar, uma vez que permite melhorias significativas no diagnóstico e procedimentos de acompanhamento dos pacientes, nomeadamente, na racionalização dos recursos humanos e materiais disponíveis. Na saúde mental, a telemedicina é especialmente apropriada porque reduz os esforços de deslocação dos pacientes ao hospital e elimina potenciais barreiras sociais, sem reduzir significativamente o contacto com a equipa médica. Em particular, para o acompanhamento de pacientes psiquiátricos com depressão é uma abordagem perturbadora, devido à natureza da patologia.
Este simpósio intitulado "Ferramentas de base tecnológica para estudar o curso clínico, melhorar a avaliação clínica e avaliar novas intervenções terapêuticas em perturbações afectivas", apresentou os últimos desenvolvimentos e perspectivas futuras nos tópicos acima mencionados, através de um painel de peritos de renome na matéria.
A Dra. Heleen Riper, da Universidade VU de Amesterdão, Holanda, falou sobre as barreiras e os factores facilitadores da implementação do eMental Health. Posteriormente, o Dr. Miguel Constante, do Hospital Beatriz Ângelo, Portugal, apresentou as suas perspectivas sobre monitorização remota de doentes, testes padronizados e video-consulta em avaliação psiquiátrica. DBE Prof. João Sanches do ISR/IST, Universidade de Lisboa, Portugal, prosseguiu com uma perspectiva mais técnica com a sua palestra sobre plataformas tecnológicas de consulta e monitorização à distância em psiquiatria. O Dr. Nils Opel, da Universidade de Münster, Alemanha, apresentou o seu trabalho sobre a utilização da tecnologia dos smartphones para a investigação de trajectórias de doenças longitudinais em perturbações afectivas". Finalmente, o Dr. Tim Hahn, da Universidade de Münster, encerrou o evento falando sobre a aplicação da aprendizagem de máquinas e técnicas de inteligência artificial à saúde mental. O simpósio foi moderado pelo investigador da DBE Hugo Plácido da Silva, do IT - Instituto de Telecomunicações.